Falta de dessalinizadores prejudica abastecimento de água potável no CE

Dos 500 dessalinizadores instalados no Ceará, mais de 100 estão quebrados. Segundo a Secretaria de Recursos Hídricos, as próprias comunidades devem fazer a manutenção.

O Jornal Nacional tem mostrado os efeitos da estiagem deste ano pros brasileiros da Região Nordeste. Nas áreas rurais, o Jornal Nacional mostrou plantações perdidas, gado morrendo. Mas, nesta segunda (2), os repórteres do jornal trazem outra dificuldade desses tempos de seca.

Na aridez do Sertão, muitas vezes a água só é encontrada no fundo da terra e nem serve pra beber.

"Salgada. Não tendo outra a gente bebe porque é o jeito", contou um agricultor.

O jeito mesmo é o dessalinizador: este equipamento que retira o sal da água de poço.

"A única que tem pra beber é essa daqui mesmo", disse outro agricultor.

Para usar o dessalinizador, é preciso comprar uma ficha que custa R$ 0,25. Ela aciona o equipamento e dá direito a 20 litros de água, que são levados pelos moradores e até pelas escolas.

"Quando não tem aqui, o jeito é trazer de casa, senão os alunos ficam com sede, aí falta até a merenda, se não tiver a água", afirmou Maria Sousa Silva, auxiliar de serviços gerais.

E muitos estão sem esta água potável. Dos 500 dessalinizadores instalados no Ceará, mais de 100 estão quebrados. Segundo a Secretaria de Recursos Hídricos, as próprias comunidades devem fazer a manutenção com o dinheiro que arrecadam na venda das fichas.

Um dessalinizador de uma comunidade de Canindé está quebrado há mais de um ano. Os moradores contam que muitas peças foram levadas para conserto e não foram substituídas. Agora a máquina está virando sucata. Enquanto isso os moradores precisam se abastecer em um poço com água salgada mesmo

São 400 famílias nesta situação.

"Tem vez que bebe até dela porque não tem outra", contou um agricultor.

Em outra comunidade, desde que a bomba do dessalinizador quebrou, os moradores consomem água de um açude próximo.

"Não tem outro jeito, a gente tem que beber do açude. Água ruim, amarela, amarga", revelou Maria Eulete da Silva, agricultora.

Na cidade vizinha, Paramoti, os moradores contam que o equipamento instalado há cinco anos passou metade deste tempo quebrado. A fonte de água mais próxima é a que brota em uma montanha a três quilômetros. Mas, com a seca, ela está escassa. Depois do esforço para chegar até lá, Maria vai voltar com o balde vazio.

"A gente perde a viagem, quando vem, ás vezes, volta com as moringas tudo secas. Está difícil aqui pra gente no interior”, destacou Maria Ivanilda da Silva, agricultora.

A Superintendência de Obras Hidráulicas do Ceará informou que fornece peças de reposição para os dessalinizadores quebrados quando tem os componentes no estoque. E reafirmou que a responsabilidade pela manutenção do equipamento é das comunidades.

Confira o video da matéria clicando aqui.

Fonte: G1 CE e Jornal Nacional

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